Blog da Linea

As dificuldades da exportação no Brasil

A Linea Brasil é a maior exportadora de móveis para sala do Brasil, por isso foi consultada pelo jornal Valor Econômico para uma importante matéria sobre as dificuldades de exportar no país. Para nós é motivo de muita alegria e orgulho poder contribuir com um veículo tão conceituado do Brasil.

Reféns de um jogo de tabuleiro: Entraves estruturais e burocráticos dificultam a participação de pequenas e médias empresas no mercado internacionalpor Mario Henrique Viana

Daria um bom jogo de tabuleiros a vida de pequenas e médias empresas que exportam ou importam no Brasil. Daqueles que você fica uma rodada sem jogar, volta uma casa, volta três casas, paga mais, volta ao ponto de partida, paga mais um pouco, enfim, sofre todos os tipos de punição até chegar ao seu objetivo. Os jogadores são as empresas, o dono dos dados é o governo (federal e estaduais) e os principais obstáculos do jogo são a infraestrutura de transporte, a dinâmica de determinais portuários, os processos alfandegários e o conjunto de leis, complexo e em constante crescimento.

“Temos problemas sérios na infraestrutura logística do Brasil, como forte impacto no comércio exterior”, diz a professora Priscila Miguel, coordenadora do GVcelog, centro em excelência em logística e supply chain da Escola de Administração de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (Eaesp FGV) Para ela, o Brasil tem poucos portos, aeroportos e postos de controle nas fronteiras, uma malha viária precária, utiliza pouco os modais ferroviário e hidroviário e tem baixíssima produtividade nos serviços nos portos. “Isso faz com que o país, que figura entre as dez maiores economias do planeta, ocupe a 55ª posição no ranking de performance logística do Banco Mundial”.

Uma das maiores exportadoras de móveis do Brasil, a Linea, com fábrica em Arapongas PR, enfrenta o ônus inerente à sua atividade. Faz negócios com 40 países, tendo atingido um volume anual próximo a U$$ 6 milhões em 2017. “Somos reféns da malha viária. Nossa carga é volumosa, pesada e de pouco valor agregado para as transportadoras”, diz Sidney Nakama, diretor comercial da empresa.

Segundo ele, as grandes transportadoras dão preferência para cargas mais rentáveis, o que acaba encarecendo seu custo logístico. “Fazemos cerca de 200 embarques por mês rumo aos portos de Paranaguá e de Santa Catarina e não é fácil achar empresas preparadas para este transporte, que exige uma série de cuidados para preservar a mercadoria intacta. Pagamos caro pelos caminhões”.

Para Jovelino Pires, coordenador da câmara de logística integrada da associação de comércio exterior do Brasil (AEB), o modal rodoviário tem ainda outros problemas. “Sabemos da condição precária de algumas estradas e de alguns acessos a portos, mas o roubo de cargas é outro ponto grave, que vem crescendo e impactando o custo do transporte”. No Rio de Janeiro, o líder nacional nesse tipo de crime, são registradas 10 mil ocorrências por ano, segunda a Federação do Transporte de Cargas do Rio de Janeiro (Fetranscarga). “O custo do transporte chegando ou saindo do Rio de Janeiro contempla um acréscimo de até 5%, em função da necessidade dos investimentos com gerenciamento de risco, como escoltas, rastreamento, iscas, redundância, redução de utilização da capacidade dos caminhões (limitação pelo valor da mercadoria e não pela capacidade de volume e peso), restrição de horários e desvios de rota”. […]

[…] Os móveis da Linea, que custam caro para chegar nos portos, encontram à beira-mar mais obstáculos, mesmo tendo Nakama negociado que a responsabilidade de desembaraçar a mercadoria é do cliente. “Os portos são precários. O despacho é confuso, as regras são complexas e as greves são comuns”. Ele conta que na greve da Receita Federal em 2015 uma carga de U$$ 40mil ficou parada 60 dias em um porto, enquanto não saía o documento de liberação expedido pela Receita. “O cliente tinha feito o desembaraço, o navio estava esperando, havia uma demanda a ser suprida e eu não tinha a quem recorrer. Paguei multa, paguei diária… esse tipo de coisa é comum, porque a greve é recorrente”.

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